Capítulo
X – (A Visão que contempla)
No início dos dias no Éden, o homem estava completo,
inteiro, e harmonioso - Um com Deus. Pela graça de Deus, tudo florescia, e
havia paz. O que o homem está agora lutando para alcançar em sua busca de Deus
é o reestabelecimento desse estado edênico de completa paz e harmonia, um
estado em que não estamos em guerra uns com os outros, mas no amor, um estado
em que não privamos os outros, mas compartilhamos e damos aos outros.
A esperança do homem tem sido a de que, encontrando algum
poder sobrenatural ele seria capaz de recuperar esse estado de bem-aventurança
na terra. Deveria ser claro para todas as pessoas refletir que em sua tentativa
de encontrar a harmonia, o homem tem buscado de forma errada e no lugar errado.
A harmonia individual e da paz no mundo nunca será estabelecida através da procura
de algum poder sobrenatural. A necessidade do homem é de reestabelecer-se em
seu estado edênico, srcinal, que é a união com Deus.
Centenas de anos de frustração e fracasso deveriam ter
provado ao mundo que não é trabalho de Deus fazer isso por nós: é nosso
trabalho fazer isso (recuperar o estado Edênico) para nós mesmos, estabelecendo
a relação srcinal
da unidade. O Mestre disse, "Conhecereis a verdade e
a verdade vos libertará”. Em nenhum lugar ele mencionou que esta é
responsabilidade de Deus. De tempos em tempos ele novamente reiterava que é
nossa responsabilidade: "Conhecereis a verdade ... Ame o Senhor, teu Deus
... Ame o próximo como a ti mesmo ... Ore para o inimigo ... Perdoe setenta
vezes sete ... Tragam os dízimos à casa do tesouro ". Em nenhum lugar e em
nenhum momento ele coloca a responsabilidade pelo nosso senso de separação de
Deus, sobre Deus, mas sobre nós. É para nós que todo o ensinamento de Jesus
Cristo é dado, para nós. – não para Deus mas para nós.
A fim de que, não tropecemos, o Mestre deu-nos o caminho,
o onde, o quando, e o como desta demonstração de unidade: o caminho é a oração;
o onde é o reino de Deus dentro de nós; o quando é agora - neste momento de “identidade
crística”; o como é a ação. A princípio, os segredos que foram dados aos homens
e mulheres inspirados por Deus de todos os tempos, só podiam ser ensinados pela
transmissão daquilo que é chamado de letra da verdade. Através da letra da
verdade, aprendemos a parar essa busca sem rumo por Deus, orando para um Deus
distante por alguma coisa, desejando e esperando que alguma forma de adoração
fosse suficientemente agradável a Deus para influenciá-lo em nosso favor; e
entramos (através da letra de verdade) em um reconhecimento, que não somente
existe um Deus, mas que Deus é o ser interior do nosso próprio ser, um Deus não
separado e apartado de nós para ser adorado, mas um Deus mais próximo do que
mãos e pés.
A letra correta da verdade nos impede de nos entregarmos a
devaneios ociosos ou na falsa esperança de que algum milagre traria Deus ou o
seu mensageiro em uma nuvem acenando uma varinha mágica, e, então, todos os nossos
problemas desapareceriam. Pelo contrário, esta simples verdade do Mestre nos
leva a retirar o nosso olhar para fora (o mundo exterior), e nos voltarmos para
a única direção em que podemos encontrar a paz e a harmonia - dentro de nós
mesmos. Quando a nossa atenção se deslocar do exterior para o interior, nós
poderemos dar o próximo passo ensinado pelo Mestre: Procure-me dentro (de
você); busque-me; bata; se necessário suplique, mas sempre dentro (de você).
A visão de unidade deve ser uma luz que guia o nosso
caminho para o alto: "Eu e o Pai somos um". Através da contemplação
interior do Pai “interior”, em última instância, "Eu e meu Pai"
natureza e ação em um só, a unidade antiga é estabelecida. Agora, "Eu e
meu Pai somos um" não é mais uma percepção intelectual, mas "Eu e o
Pai somos um" torna-se uma relação demonstrável, visível em seus frutos.
Já não buscamos favores, já não há qualquer necessidade de favores, o Espírito
interior está Se desvelando, Se revelando agindo em e através de nós. A
aceitação de um poder do bem e de um poder do mal no mundo já não nos
escraviza; descansamos serenamente na paz de um único poder. Não há poderes para
combatermos; não há poderes para temermos! É por isso que não temos que orar
para algum grande poder para fazer alguma coisa. Essas coisas que durante séculos
o mundo considerou poder e por dar poder a elas tem procurado um Deus, não é
poder. O poder está na voz mansa e delicada.
Em algum período nesta busca por Deus, esta união
indissolúvel com o pai começa a ser reconhecida e sentida. A letra da verdade vem
a ser menos importante e o Espírito Se torna a “coisa” vital. O Espírito que
temos conhecido apenas através da leitura de livros agora ganha vida em nós, e
nós vivemos a verdade. Estas verdades, vividas e praticadas, tornam-se a
própria presença de Deus [...] a finalidade de conceder favores a nós, mas a
infinita sabedora e amor divino deste universo. Agora, a mensagem messiânica
dada ao mundo há dois mil anos está começando a ser cumprida em nós: Deus é
amor. Deus não pode operar em nossa experiência, exceto através do amor, e nós
devemos nos tornar o instrumento através do qual este amor pode fluir. Daí em
diante, o mandamento "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e teu
próximo como a ti mesmo" não terá nenhum significado para nós, exceto na proporção
em que estamos amando. Este mandamento tem sido conhecido há milhares de anos. Hoje
- agora, neste momento de “identificação com o Cristo” - este ensinamento deve
ser colocado em ação, deve haver um fim à repetição sem sentido dessas palavras.
Agora o mandamento deve ser trazido para dentro do coração e vivido, implementado
pela obediência à determinação do Mestre: "Faça aos outros o que gostaria
que os outros fizessem a você... Perdoe setenta vezes sete ... Não condene ...
Não julgue ".
Não há um Deus-milagre,
exceto o milagre que se torna evidente na nossa vida de união com ele. Esse é o milagre. Conhecer a verdade com a mente não garante que ele seja
colocado em ação: é quando a verdade “sai” da mente e penetra o coração, que as
rédeas do espírito e do amor são entronizadas. A letra da verdade serve como um lembrete para nos
conduzir para a vivência desta verdade. Há
momentos em que, através de um senso de separação de Deus, a verdade parece
estar tão longe de nós que precisamos nos sentar e nos ocupar em discussão
conosco mesmos, conscientemente recordando que o Senhor no meio de nós é
poderoso:
O que eu estou procurando? Um deus em algum lugar? Não,
Deus está em Seu céu, e tudo está bem com o mundo. Deus já está sobre Seu
próprio negócio, e o Filho de Deus já está sobre o negócio do Pai. O que estou procurando? Há um Deus mitológico no céu? Uma
estátua? Uma imagem de escultura? Estou procurando um homem ou uma mulher para influenciar
Deus a meu favor? Não, Eu e o Pai somos um, e só na minha unidade com Deus,
posso ter a paz que eu desejo, somente na realização desse amor que existe
entre Deus e o Filho de Deus, e entre o [...] Deus, somente na realização que meu Pai celeste está mais
perto de mim do que respiração, e mais perto que as mãos e os pés, e que é Seu
maior prazer me dar o reino – somente nisso, o amor flui, um amor que parece
estar fluindo de mim para Deus e de Deus de volta para mim, mas que na verdade
é uma interação interior da unidade do meu ser na realização da minha unidade com
o Pai.(meditação espontânea do autor).
O Mestre ensinou que os seres humanos de si mesmos não
podem fazer nada, mas os seres humanos reunidos com o Pai dentro deles - não
dois, mas Um - podem fazer todas as coisas, e eles são “o eterno e imortal” Filhos
de Deus. Quando o Espírito de Deus está sobre nós e habita em nós, então nos
tornamos os Filhos de Deus. E quem pode fazer isso por nós, exceto nós mesmos? O caminho foi nos
dado e este caminho é a oração e a meditação.
É uma forma “iluminada” (esclarecida) de oração, como Elias ensinou Eliseu:
olhe para cima e veja se você pode me ver subindo em uma nuvem. Levantai os
vossos olhos para os montes, de onde vem o seu socorro?. Contemple o Reino de
Deus dentro de você.
Eliseu procurou o “manto” de Elias, ele desejava ser um
grande profeta. Quando Elias estava prestes a subir em um estado superior de
consciência, Eliseu pediu um grande favor a ele, que "uma porção dobrada
de teu espírito desça sobre mim" - que o “manto” de Elias fosse dado a
ele. Mas Elias, uma das grandes almas, espiritualmente iluminadas de todos os
tempos, sabia que não poderia dar o seu “manto” para Eliseu, mas que Eliseu
poderia ganhá-lo - poderia merecê-lo, ser digno dele, estar pronto para isso -
e ele disse a Eliseu o modo de fazer: se quando eu sair da tua vista, você me
ver como eu sou, subindo em uma nuvem longe da vista, então o meu manto cairá
sobre os seus ombros.
Elias não podia conceder sua grande sabedoria espiritual
para Eliseu, mas Eliseu poderia alcançá-la para si mesmo se a sua visão se
erguesse tão alto que ele poderia reconhecer que a morte não existe, e que não
há separação: existe apenas uma elevação de consciência. Se ele pudesse
ascender a essa altura suprema da consciência, então ele seria um profeta da
estatura de Elias. Ele conseguiu. Eliseu estava a tal ponto iluminado que ele
viu Elias num redemoinho, e em virtude de sua Unidade consciente com
Deus ele viu a imortalidade do ser individual e a
eternidade do homem em sua plenitude e perfeição.
A responsabilidade está sobre nós em contemplarmos nossa
verdadeira identidade, em seguida, colocá-la em ação. Os professores foram e
sempre serão os iluminados que sempre tivemos conosco, mas o Mestre disse que
os trabalhadores são poucos. São poucos que estão dispostos a reconciliar-se
com Deus, que estão dispostos a contemplar a alma dentro de si e, em seguida, deixa-la
fluir em atos de amor. "Se alguém disser: amo a Deus, mas odeia a seu
irmão, é um mentiroso: pois aquele que não ama seu irmão, o qual viu como pode
amar Deus, o qual não viu?" Se o Mestre não tivesse lavado os pés dos seus
discípulos [...] identidade.
Nossa
função como “buscadores” de Deus e estudantes da verdade, não é ser um mestre
sobre as multidões, mas ser um servo para as multidões - não tirar das
multidões, mas dar às multidões.
O reino de Deus não é nem "Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo
lá!", mas dentro de nosso próprio ser.
E como nós
encontramos esse reino? Pelo amor:
ame o Senhor que está no meio de vocês e demonstre esse
amor pelo próximo, o próximo que não apenas é o seu amigo, mas o seu inimigo
que acintosamente usa e persegue você. Segundo o Mestre, é melhor dar atenção
para um pecador humilde do que a noventa e nove que estão se conduzindo bem por
conta de seu ego. Enquanto houver qualquer indivíduo, seja ele santo ou
pecador, estendendo a mão por uma ajuda, torna-se a nossa obrigação e nosso
dever responder a este chamado. Todo mundo não está pronto para responder no
nível espiritual, pois ele pode não estar pronto para o desdobramento completo
da verdade espiritual, mas porque ele é o nosso próximo, poderemos, pelo menos,
ajudá-lo em seu nível de consciência, enquanto ele está se desenvolvendo
(expandindo-se) para um estado mais elevado de consciência. Vamos, com
paciência, esperar por um ou dois para vir até nós - os doze, os setenta, os
duzentos - e, em seguida, compartilhar esse pão da vida com eles, partilhar o
vinho e a água. Estes são aqueles que serão capazes
de apreciar seu sabor; eles apreciarão e, além disso, serão capazes de assimilar
isso.
Vamos manter o que
temos como uma pérola de grande valor e mostrá-la ao mundo mais por viver dela,
em vez de falar sobre isso. Quando alguém
chega estando atraído não apenas pelos pães e peixes, mas porque percebe a
natureza desta verdade, e lhe pede pão, vinho, água e vida eterna, vamos
compartilhá-la em toda a extensão de nossa capacidade. Ninguém nunca vai
ser chamado para fazer algo maior do que o seu entendimento, porque a única
chamada é sentar-se tranquilamente e em silêncio até que o Espírito do Senhor
Deus esteja agindo nele, e então ele pode expressar qualquer coisa que vem à
boca, ou não expressar nada absolutamente.
O amor é a resposta, o amor de Deus, o amor pela verdade,
e o amor ao próximo. Deste momento em diante, deve ser função e missão que
estão praticando a Presença revela que Deus é experimentado apenas na proporção
em que ele se expressa. Deus é experienciado na proporção em que ele é
permitido fluir de nós na forma de amor, verdade, serviço e dedicação. O poder
do amor deve ser liberado a partir de dentro de nós mesmos.
A presença de Deus está disponível tanto na terra como no
céu através da experiência da união consciente. Isso exige um esforço tão
grande e tanta sabedoria como Eliseu demonstrou quando ele viu seu mestre
“subindo em um rodamoinho”, ou como a visão ilimitada dos discípulos quando
testemunharam a Transfiguração. O Mestre era capaz da transfiguração, mas algo
era necessário por parte dos discípulos para que eles tivessem a visão para
contemplá-la. O Mestre não podia revelar a transfiguração, ele só podia
experiênciá-la: a revelação [...] que estavam presentes, a fim de que
eles experimentassem a visão.
Muitos milagres podem ocorrer em nossa experiência, mas
apenas aqueles que estão suficientemente sintonizados para contemplá-los
estarão conscientes do que aconteceu. Será que temos olhos e não vemos? Será
que temos ouvidos e não ouvimos? O milagre da Transfiguração está aguardando o
nosso olhar. Ele está tomando lugar neste mundo a cada dia, cada minuto de cada
dia, no mesmo lugar onde estamos, se pudermos abrir os nossos olhos para
contemplar a visão “daquilo que é”. A Transfiguração não é uma experiência de
dois mil anos atrás, nem é a Crucificação, a Ressurreição, ou a Ascensão. Essas
são experiências que estão ocorrendo a todo o momento de cada dia, onde quer
que haja uma alma iluminada para contemplá-la.
Neste mesmo lugar em que estamos é terra santa, se
tivermos “a visão de ver” Elias subindo, se tivermos a visão de ver o Mestre,
na experiência da Transfiguração, se tivermos a visão para contemplar a
Ressurreição e a Ascensão. Isto é tudo para nós: cabe a você; cabe a mim. Até
que ponto queremos ver a transfiguração? Até que ponto queremos testemunhar a ressurreição
e a ascensão? No grau que desejarmos será a experiência. E os meios disto?
Oração - a oração de contemplação interior, a oração de meditação interior, a
oração de espera que sempre sabe que, a qualquer momento, o Pai Se revela, em
cada momento, o Pai está Se revelando.
Deus não pode
forçar a mente, o coração ou a alma de ninguém. É o indivíduo que deve se abrir
a Deus. A vida de Gautama, o Buda ilustra este ponto. No dia em que Gautama percebeu pela primeira vez que
havia mal no mundo – o pecado,
a doença, a pobreza e a morte - ele ficou
horrorizado, atormentado de tal forma que ele deixou a sua posição principesca,
sua enorme riqueza e, provavelmente, o que é mais importante para qualquer
homem, sua esposa e filho. Ele deixou tudo isso e se afastou como um mendigo,
buscando a verdade como o único propósito de descobrir o grande segredo que
removeria o pecado, a doença e a limitação da terra.
Este foi um apelo tão apaixonado que ele seguiu qualquer
professor e qualquer ensinamento que prometia levá-lo até a resposta. Por 21 anos ele vagou e mendigou, sentado aos pés
do primeiro professor e depois de outro seguindo as práticas de ensino de um
após outro, sempre com uma só “fome no coração”: Que poder iria remover esses
males para fora da terra? E quando ele havia desistido de toda a esperança de
que os ensinamentos dos professores iriam revelar-lhe isso, tendo se sentado
debaixo de uma árvore Bodhi, ele meditava dia e noite até que a grande
revelação lhe foi dada: esses males não são reais, eles são a ilusão; as
pessoas aceitam essa ilusão e em seguida, odeiam, ou sentem medo ou amor ou
lhes prestam culto, quando na verdade, a ilusão não têm existência exceto na mente
do homem. A mente do homem criou as condições do mal no mundo e a mente do
homem perpetua tais condições.
Não foi Deus que forçou a Si mesmo em Gautama e fez dele o
Buda [...] ao, comprimento
e largura da Índia, buscando sempre que poderia haver alguma pequena faceta da
verdade até que, naquele momento , quando ele se ergueu a um grau suficiente de
iluminação espiritual, a verdade lhe foi revelada.
Nós realmente não sabemos o que levou Jesus Cristo à
experiência que finalmente estabeleceu-lhe em sua “Identidade Crística”, mas,
isso nós sabemos: quando ele revelou o que havia aprendido, ele disse:
"Pedi, e lhe será dado; buscai, e achareis, batei e vos será aberto",
indicando que é na medida em que se procura, bate e suplica, no grau que
fazemos isso é que a resposta nos será dada. Ela não virá por estar esperando à
toa e supersticiosamente por algum Deus que Se irromperá sobre nós.
Se quisermos nos tornar um mestre da música, de línguas,
ou de arte, Deus pode inspirar-nos, mas devemos pesquisar, estudar e praticar,
até que, o que estamos buscando se irrompa de dentro de nosso próprio ser. Eu acredito que é Deus,
que planta em nós o desejo de encontrá-Lo, e que, sem a vontade de Deus realizar
essa função inicial nunca teríamos sucesso (Fp 3.13).
Há um poder de Deus em cada um de nós forçando-nos a
“bater e buscar”, mas, não há um Deus que possa fazer isso por nós: nenhum
“deus” pode nos salvar dos anos de sentarmos sozinhos e trabalharmos tentando
penetrar o véu, a fim de subir ao mais alto estado de consciência no qual
podemos contemplar a Jesus ressuscitado, o Cristo ascendido. Só Deus pode fazer
Gautama permanecer nesse caminho por 21 anos, mas, somente Gautama poderia
persistir e lutar e orar até que o véu “fosse desvelado e a visão tornada clara”.
Assim é conosco. Nenhum operador de milagres, distante de
Deus descerá a Terra para nos mudar e revelar suas maravilhas e suas glórias,
enquanto ficamos sentados de braços cruzados como espectadores. A
responsabilidade está sobre você e sobre mim. O próprio fato de que podemos nos
sentar por horas em um momento, em silêncio e em paz, com a mensagem de Deus, é
a prova de que o Espírito de Deus nos tocou e nos convidou para o Seu banquete.
O
grau da intensidade com que batemos, procuramos, e suplicamos, irá determinar o
grau de visão que contemplamos.
Alguns vão ver um pouco, e alguns vão ver muita coisa, e alguns vão ver tudo -
“somente neste grau”.
Acima de tudo, o sucesso vai depender de sigilo. Sigilo e
santidade andam de mãos dadas. Se a busca de Deus é sagrada para nós, nunca
devemos permitir que ela seja contaminada por exposição ao profano. Não vamos
usar um manto sagrado em público e nem manter um rosto hipócrita diante dos
nossos amigos. Exteriormente, seremos como todos os outros homens e mulheres,
mas por dentro, vamos lembrar a natureza sagrada da busca de Deus e mantê-la em
segredo para sermos vistos apenas por seus frutos, mas
nunca pela nossa voz e nem por nossa tentativa em fazer proselitismo. Isso não significa
que devemos “reter o copo de água fria”, mas tendo oferecido o nosso copo de
água fria, lembremo-nos de que àqueles a quem foi oferecido terão de beber por
si mesmos, e eles deverão ser os únicos a voltar e pedir mais.
Cada um tem o direito a qualquer tipo de religião que ele
quer ou ele tem o direito de não ter nenhuma. Essa é a liberdade que temos de dar um ao outro - para
que cada um tenha a sua própria escolha, até que a semente seja plantada e o
enviará para “a busca do Santo Graal”. Se mantivermos o “Cristo-criança” dentro
de nós e nunca expô-Lo, os frutos que virão serão tão gloriosos que as pessoas vão
querer comer de nosso fruto, de nosso suprimento e pão, e beber de nossa água.
O objeto da busca – União - se unir novamente com “Aquilo”
a partir do qual se separou após a expulsão do Jardim do Éden, ou depois da
experiência do filho pródigo. Quando o filho pródigo atinge a última milha,
“come a comida dos porcos”, então é que seus passos começam a retornar para a
casa do Pai, para se reunir com o Pai. Isso não é uma experiência no tempo ou
no espaço, isto é uma experiência que tem lugar dentro da sua consciência e da
minha. Quando chegamos a esse lugar que parece não haver nada além de desespero
e até mesmo a morte - quando chegamos a este lugar, algo dentro de nós nos transforma
para a vida espiritual, e depois, lentamente, começamos o caminho de volta para
a casa de nosso Pai.
Nós, que somos aspirantes no caminho espiritual, chegamos
ao lugar onde sabemos que o reino de Deus pode ser encontrado dentro de nós:
chegamos ao lugar onde agora sabemos que todas as formas exteriores são inúteis
em nossa busca; chegamos ao lugar onde nós sabemos o que estamos buscando –
união com Aquele do qual parecemos ter nos separado. Isso não acontece fora do nosso
próprio ser. Ninguém pode fazer isso por nós. Só em nossa meditação interior,
em nossa contemplação interior; quando interiormente nos tornamos mansos e
sentimos uma profundidade de amor que quase nos faz abrir os braços e envolver
o mundo inteiro como Jesus gostaria de ter feito por Jerusalém: "Oh, como
eu gostaria de colocar meus braços ao seu redor e atraí-la, mas você não quer.
Venha para mim e sinta o calor do amor." Nós, também, constataríamos que eles
não iriam, eles não desejariam - com exceção de poucos.
Nós, que estamos praticando a Presença somos dos poucos
que sabem o que finalmente salvará o mundo. Está acima de tudo o reconhecimento
de que nenhum homem sobre a terra é o nosso Pai: há um Pai universal unidos com
Ele, estamos unidos a cada filho espiritual de Deus em todo o mundo. Nosso amor
por Deus constitui nosso amor pelas pessoas do mundo. Não mais odeio; não mais
temo. Não precisamos punir, não precisamos buscar vingança: precisamos apenas
nos retirar para nós mesmos e contemplar a nossa unidade com Deus e a nossa
unidade de uns para com os outros.
Nossa função é amar, amar a todos os homens com um amor
que nasce da percepção de que a nossa união com Deus constitui a nossa
integridade. Neste amor, não existe a tentação de recorrer aos meios, tais como
mentir, enganar ou fraudar, num esforço inútil para nos mantermos, porque, em
nossa união com Deus, temos acesso à Mente de Deus, que é a Infinita
Inteligência e Fonte de toda a Vida, Verdade e Amor. Nós somos alimentados, não
pela nossa posição ou
[...] dentro de nosso próprio ser, pelo
vinho, Este é o segredo que cura “a doença”, reforma “o pecador”, supera “falta
e limitação”, e nos une, não somente com o nosso círculo imediato, mas com todo
individuo sobre a face do globo, mesmo que esses indivíduos ainda não se tornaram
conscientes de nós ou do amor que sentimos por eles, e mesmo se eles ainda não
se tornaram conscientes do fato de que temos atraído um círculo e incluído eles
neste círculo. Eles podem não saber imediatamente, mas nós sabemos, e o nosso
conhecimento é suficiente, porque esse conhecimento se transmite para esses
incluídos dentro deste círculo.
Nós nos colocamos dentro de nós mesmos olhando o mundo sem
usar a força de qualquer espécie, até mesmo a força mental, removendo toda
oposição; e essa renúncia ao uso das armas do mundo, é o único meio pelo qual a
paz na
terra será estabelecida. Pode levar anos, pode levar séculos
antes que A Presença seja demonstrada na terra como é no céu, porque há poucas
pessoas na terra dentre milhões delas, que estão praticando conscientemente a
Presença. No entanto uma pequena quantidade de fermento pode levedar a massa
inteira Você não vê que, se o que você está lendo é verdade e você sente isso, você
será inspirado a viver esta verdade? Então você não pode ver também que, onde
quer que esteja no tempo ou no espaço, se assim amar a Deus você gastará muitos
períodos por dia, mesmo breves, habitando no templo de seu próprio ser com esta
Presença, e um aqui e outro ali serão atraídos para você? Como indivíduo, você
pode acreditar que você não pode fazer nada, você é apenas um em cada “quatro
bilhões” (7 hoje). Mas se você olhar para os grandes luminares espirituais do
passado, você compreenderá quanto incorreto isso é porque você verá como um
indivíduo chamado Gautama, o Buda; um indivíduo chamado Jesus, o Cristo; um
indivíduo como São Paulo influenciaram gerações que ainda estão por vir. Pense
na influência que apenas um indivíduo pode ter através da Graça de Deus - um
indivíduo cujo único objetivo na vida é encontrar Deus e resolver os mistérios da
vida.
Esta é a mensagem que eu dou a você: eu não me importo
quão grande você é ou quanto poderoso você seja - de si mesmo, você não importo
quão pequeno você é ou quão insignificante você seja - você não é nada até que a graça de Deus toque você,
até que o Espírito de Deus habite em você, até que o dedo do Cristo mova você.
A partir daí, você é infinito em expressão, infinito e eterno em vida, infinito
em poder, infinito em experiência, infinito como um exemplo e como um
“mostrador do Caminho” (orientador). Mas não é você, nunca é o eu: É o Espírito
de Deus, O qual pode encontrar saída apenas como consciência humana, como a sua
e a minha consciência. Toda a Verdade
sobre o mundo permanece oculta, exceto na proporção em que ela (a Verdade) pode
encontrar uma consciência humana através da qual ou com a qual ela possa fluir para
o mundo dos homens.
Qualquer que seja ou onde quer que esteja sua comunidade,
esta verdade [...] menos
que alguém nesta comunidade seja o Deus não age sem uma consciência: Deus deve
ter carpinteiros humildes; príncipes poderosos; simples donas de casa: destes,
Deus faz santos ou sábios para enviar ao mundo para levar a luz. Quase todos
aqueles que alcançaram qualquer grau de estatura espiritual no mundo foram
pessoas insignificantes para o mundo, e apenas a luz inspirada que eles
experimentaram fez por eles mais do que o mundo fez. De si mesmos, eles não
eram nada; e de si mesmo você não é nada; mas em sua união com Deus, todo que
Deus é você é. Tudo que o Pai tem é seu. O lugar onde você está se torna chão
sagrado porque “Eu e meu Pai” somos um.
Você não pode se elevar mais alto em consciência do que
aquele lugar aonde a presença espiritual “vem” ao coração, e você percebe que a
Presença está dentro de você. Uma nova dimensão entrou em seu coração quando
você mantem a Presença, mas devo dizer-lhe que é sua responsabilidade
alimentá-la. Essa é a única maneira de ter certeza que você não vai perder o
que você ganhou. O que você ganhou é apenas um Bebê; você deve deixá-lo evoluir
para o Cristo: muitas vezes em um dia, leve seu pensamento como se na direção
de seu coração - não que o coração físico tenha alguma coisa a fazer com a manifestação
espiritual, mas porque o coração é o símbolo do amor. Pensando no coração com
símbolo do amor, como um lugar de descanso do Cristo dentro de você, volte seu
pensamento várias vezes por dia ao coração no reconhecimento de que o Bebê está
entronizado lá, que o Cristo entrou, e que Ele vive com você. É você quem
impede o Bebê de sair de seu coração e se perder. Ele está lá, mas eu digo que
é um Bebê: você deve lhe dar atenção, cuidar e amá-lo. Observe ele crescer
enquanto você aprende as formas de amar a Deus e amar o homem. Nenhuma melhoria
foi descoberta, nenhuma alteração já foi feita nos dois grandes mandamentos:
"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e com
toda tua mente ... e Amarás o teu próximo como a ti mesmo ".
Não rogue a Deus por coisas; deixe esse Bebê fazer isso
para você. Ele não terá que rogar: Ele experienciará a Si mesmo como “as coisas acrescentadas”. Não procure a Deus para receber favores e não procure a
Deus por poderes que façam as coisas para você. Volte o seu olhar agora para o
lugar onde você já sentiu essa Presença suave. Secretamente e sagradamente
saiba que Ela está lá e que está cumprindo a sua função sobre os negócios do Pai.
Este Bebê é dado a você para restaurar os anos perdidos pelo gafanhoto e voltar
para a casa do Pai, para sua união consciente com Deus.
É a função deste Bebê revelar que você está vivendo no
meio do Éden, onde você será tentado sempre por uma única tentação: só há um mal no
Jardim do Éden, apenas um pecado - a crença no poder do bem e do mal. Você, no interior do seu próprio templo, deve ser capaz
de olhar para a árvore do conhecimento do bem e do mal em todos os momentos e
resistir à tentação de acreditar nela. Você, você mesmo, deve ser capaz de
dizer:
Linda como você parece, ou horrível como você parece, não
há verdade nisso. Não há poder do bem ou do mal sob qual [...] em qualquer pessoa, lugar, coisa,
circunstância ou condição. Deus no meio de mim é o único bem, o único poder e a
única presença. O único mal que há é a crença em um ser separado e
apartado de Deus. (meditação
espontânea do autor).
Ainda que você supere, por si mesmo, todas as formas em
que esta tentação pode aparecer, os problemas do mundo irão tentá-lo;
tempestades no mar, desastres, guerras, pobreza e doenças, mas qualquer que
seja a tentação, esta sempre será a única grande tentação - aceitar dois
poderes. Isto é quando você deve se voltar para o Cristo interior:
O Cristo em mim é a
minha garantia de que só Ele tem poder - o Filho de Deus, o Espírito de Deus em
mim. Ele nunca vai me deixar, nem me
desamparar, enquanto eu O perceber e O reconhecer e, enquanto eu viver a vida
que Ele me diz para viver. Submeto-me a Sua orientação; a Sua Sabedoria. Sempre que uma questão é apresentada a minha mente, eu olho
para baixo em direção ao meu coração, e a resposta vem em seguida na forma que
for necessária.
Não seja demasiado literal sobre isso. Às vezes, essa
presença parecerá estar olhando para você de cima do seu ombro ou sentado em
seu ombro, às vezes Ele aparecerá como um rosto na frente de você, às vezes
sorrindo, mas sempre reconfortante. Mantenha-O vivo.
A presença deste Cristo, manso e delicado como Ele pode
ser, é a substância de toda a experiência que você vai ter no plano exterior. Não procure nem saúde,
nem riqueza, nem fama, nem fortuna. Busque em primeiro lugar a realização deste
reino interior e seja um observador como essas coisas exteriores são
adicionadas a sua experiência. Não
hesite em recorrer a Ele para revelação. Por que não deveria a revelação ser
dada a você assim como foi dada a outras pessoas que viveram antes de você?
"Deus não faz acepção de pessoas". Gautama foi apenas o Buda porque
ele trabalhou por 21 anos para receber a iluminação; Jesus era apenas o Cristo,
porque Ele próprio deu a Si mesmo ao mundo, e você será o grau de amor que há
em você para Deus e para o próximo. Você será o que você permitir a si mesmo
ser, mas somente que você, de si mesmo, nunca pode ser qualquer coisa; é presença
suave que você sentiu que esta conduzindo você ao longo de seus dias de volta à
união consciente com Deus.
Você sabe que o objetivo da vida é - se reunir com o Pai,
ser
conscientemente um com Deus. Você sabe o caminho - a
oração de contemplação interior e de meditação, o reconhecimento do Cristo, o
amor de Deus e o amor do homem. Agora, leve esta mensagem em sua mente onde
você sempre se lembrará dos princípios, e em seu coração, habite no dom que lhe
foi entregue a você pelo Pai - o dom da Presença realizada dentro de você. Abençoe-A
sempre que Ela pode aumentar
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