Capítulo X – (A Visão que contempla)

Capítulo X – (A Visão que contempla)

No início dos dias no Éden, o homem estava completo, inteiro, e harmonioso - Um com Deus. Pela graça de Deus, tudo florescia, e havia paz. O que o homem está agora lutando para alcançar em sua busca de Deus é o reestabelecimento desse estado edênico de completa paz e harmonia, um estado em que não estamos em guerra uns com os outros, mas no amor, um estado em que não privamos os outros, mas compartilhamos e damos aos outros.

A esperança do homem tem sido a de que, encontrando algum poder sobrenatural ele seria capaz de recuperar esse estado de bem-aventurança na terra. Deveria ser claro para todas as pessoas refletir que em sua tentativa de encontrar a harmonia, o homem tem buscado de forma errada e no lugar errado. A harmonia individual e da paz no mundo nunca será estabelecida através da procura de algum poder sobrenatural. A necessidade do homem é de reestabelecer-se em seu estado edênico, srcinal, que é a união com Deus.

Centenas de anos de frustração e fracasso deveriam ter provado ao mundo que não é trabalho de Deus fazer isso por nós: é nosso trabalho fazer isso (recuperar o estado Edênico) para nós mesmos, estabelecendo a relação srcinal
da unidade. O Mestre disse, "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Em nenhum lugar ele mencionou que esta é responsabilidade de Deus. De tempos em tempos ele novamente reiterava que é nossa responsabilidade: "Conhecereis a verdade ... Ame o Senhor, teu Deus ... Ame o próximo como a ti mesmo ... Ore para o inimigo ... Perdoe setenta vezes sete ... Tragam os dízimos à casa do tesouro ". Em nenhum lugar e em nenhum momento ele coloca a responsabilidade pelo nosso senso de separação de Deus, sobre Deus, mas sobre nós. É para nós que todo o ensinamento de Jesus Cristo é dado, para nós. – não para Deus mas para nós.

A fim de que, não tropecemos, o Mestre deu-nos o caminho, o onde, o quando, e o como desta demonstração de unidade: o caminho é a oração; o onde é o reino de Deus dentro de nós; o quando é agora - neste momento de “identidade crística”; o como é a ação. A princípio, os segredos que foram dados aos homens e mulheres inspirados por Deus de todos os tempos, só podiam ser ensinados pela transmissão daquilo que é chamado de letra da verdade. Através da letra da verdade, aprendemos a parar essa busca sem rumo por Deus, orando para um Deus distante por alguma coisa, desejando e esperando que alguma forma de adoração fosse suficientemente agradável a Deus para influenciá-lo em nosso favor; e entramos (através da letra de verdade) em um reconhecimento, que não somente existe um Deus, mas que Deus é o ser interior do nosso próprio ser, um Deus não separado e apartado de nós para ser adorado, mas um Deus mais próximo do que mãos e pés.

A letra correta da verdade nos impede de nos entregarmos a devaneios ociosos ou na falsa esperança de que algum milagre traria Deus ou o seu mensageiro em uma nuvem acenando uma varinha mágica, e, então, todos os nossos problemas desapareceriam. Pelo contrário, esta simples verdade do Mestre nos leva a retirar o nosso olhar para fora (o mundo exterior), e nos voltarmos para a única direção em que podemos encontrar a paz e a harmonia - dentro de nós mesmos. Quando a nossa atenção se deslocar do exterior para o interior, nós poderemos dar o próximo passo ensinado pelo Mestre: Procure-me dentro (de você); busque-me; bata; se necessário suplique, mas sempre dentro (de você).

A visão de unidade deve ser uma luz que guia o nosso caminho para o alto: "Eu e o Pai somos um". Através da contemplação interior do Pai “interior”, em última instância, "Eu e meu Pai" natureza e ação em um só, a unidade antiga é estabelecida. Agora, "Eu e meu Pai somos um" não é mais uma percepção intelectual, mas "Eu e o Pai somos um" torna-se uma relação demonstrável, visível em seus frutos. Já não buscamos favores, já não há qualquer necessidade de favores, o Espírito interior está Se desvelando, Se revelando agindo em e através de nós. A aceitação de um poder do bem e de um poder do mal no mundo já não nos escraviza; descansamos serenamente na paz de um único poder. Não há poderes para combatermos; não há poderes para temermos! É por isso que não temos que orar para algum grande poder para fazer alguma coisa. Essas coisas que durante séculos o mundo considerou poder e por dar poder a elas tem procurado um Deus, não é poder. O poder está na voz mansa e delicada.

Em algum período nesta busca por Deus, esta união indissolúvel com o pai começa a ser reconhecida e sentida. A letra da verdade vem a ser menos importante e o Espírito Se torna a “coisa” vital. O Espírito que temos conhecido apenas através da leitura de livros agora ganha vida em nós, e nós vivemos a verdade. Estas verdades, vividas e praticadas, tornam-se a própria presença de Deus [...] a finalidade de conceder favores a nós, mas a infinita sabedora e amor divino deste universo. Agora, a mensagem messiânica dada ao mundo há dois mil anos está começando a ser cumprida em nós: Deus é amor. Deus não pode operar em nossa experiência, exceto através do amor, e nós devemos nos tornar o instrumento através do qual este amor pode fluir. Daí em diante, o mandamento "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e teu próximo como a ti mesmo" não terá nenhum significado para nós, exceto na proporção em que estamos amando. Este mandamento tem sido conhecido há milhares de anos. Hoje - agora, neste momento de “identificação com o Cristo” - este ensinamento deve ser colocado em ação, deve haver um fim à repetição sem sentido dessas palavras. Agora o mandamento deve ser trazido para dentro do coração e vivido, implementado pela obediência à determinação do Mestre: "Faça aos outros o que gostaria que os outros fizessem a você... Perdoe setenta vezes sete ... Não condene ... Não julgue ".

Não há um Deus-milagre, exceto o milagre que se torna evidente na nossa vida de união com ele. Esse é o milagre. Conhecer a verdade com a mente não garante que ele seja colocado em ação: é quando a verdade “sai” da mente e penetra o coração, que as rédeas do espírito e do amor são entronizadas. A letra da verdade serve como um lembrete para nos conduzir para a vivência desta verdade. Há momentos em que, através de um senso de separação de Deus, a verdade parece estar tão longe de nós que precisamos nos sentar e nos ocupar em discussão conosco mesmos, conscientemente recordando que o Senhor no meio de nós é poderoso:

O que eu estou procurando? Um deus em algum lugar? Não, Deus está em Seu céu, e tudo está bem com o mundo. Deus já está sobre Seu próprio negócio, e o Filho de Deus já está sobre o negócio do Pai. O que estou procurando? Há um Deus mitológico no céu? Uma estátua? Uma imagem de escultura? Estou procurando um homem ou uma mulher para influenciar Deus a meu favor? Não, Eu e o Pai somos um, e só na minha unidade com Deus, posso ter a paz que eu desejo, somente na realização desse amor que existe entre Deus e o Filho de Deus, e entre o [...] Deus, somente na realização que meu Pai celeste está mais perto de mim do que respiração, e mais perto que as mãos e os pés, e que é Seu maior prazer me dar o reino – somente nisso, o amor flui, um amor que parece estar fluindo de mim para Deus e de Deus de volta para mim, mas que na verdade é uma interação interior da unidade do meu ser na realização da minha unidade com o Pai.(meditação espontânea do autor).

O Mestre ensinou que os seres humanos de si mesmos não podem fazer nada, mas os seres humanos reunidos com o Pai dentro deles - não dois, mas Um - podem fazer todas as coisas, e eles são “o eterno e imortal” Filhos de Deus. Quando o Espírito de Deus está sobre nós e habita em nós, então nos tornamos os Filhos de Deus. E quem pode fazer isso por nós, exceto nós mesmos? O caminho foi nos dado e este caminho é a oração e a meditação. É uma forma “iluminada” (esclarecida) de oração, como Elias ensinou Eliseu: olhe para cima e veja se você pode me ver subindo em uma nuvem. Levantai os vossos olhos para os montes, de onde vem o seu socorro?. Contemple o Reino de Deus dentro de você.

Eliseu procurou o “manto” de Elias, ele desejava ser um grande profeta. Quando Elias estava prestes a subir em um estado superior de consciência, Eliseu pediu um grande favor a ele, que "uma porção dobrada de teu espírito desça sobre mim" - que o “manto” de Elias fosse dado a ele. Mas Elias, uma das grandes almas, espiritualmente iluminadas de todos os tempos, sabia que não poderia dar o seu “manto” para Eliseu, mas que Eliseu poderia ganhá-lo - poderia merecê-lo, ser digno dele, estar pronto para isso - e ele disse a Eliseu o modo de fazer: se quando eu sair da tua vista, você me ver como eu sou, subindo em uma nuvem longe da vista, então o meu manto cairá sobre os seus ombros.

Elias não podia conceder sua grande sabedoria espiritual para Eliseu, mas Eliseu poderia alcançá-la para si mesmo se a sua visão se erguesse tão alto que ele poderia reconhecer que a morte não existe, e que não há separação: existe apenas uma elevação de consciência. Se ele pudesse ascender a essa altura suprema da consciência, então ele seria um profeta da estatura de Elias. Ele conseguiu. Eliseu estava a tal ponto iluminado que ele viu Elias num redemoinho, e em virtude de sua Unidade consciente com
Deus ele viu a imortalidade do ser individual e a eternidade do homem em sua plenitude e perfeição.

A responsabilidade está sobre nós em contemplarmos nossa verdadeira identidade, em seguida, colocá-la em ação. Os professores foram e sempre serão os iluminados que sempre tivemos conosco, mas o Mestre disse que os trabalhadores são poucos. São poucos que estão dispostos a reconciliar-se com Deus, que estão dispostos a contemplar a alma dentro de si e, em seguida, deixa-la fluir em atos de amor. "Se alguém disser: amo a Deus, mas odeia a seu irmão, é um mentiroso: pois aquele que não ama seu irmão, o qual viu como pode amar Deus, o qual não viu?" Se o Mestre não tivesse lavado os pés dos seus discípulos [...]  identidade. Nossa função como “buscadores” de Deus e estudantes da verdade, não é ser um mestre sobre as multidões, mas ser um servo para as multidões - não tirar das multidões, mas dar às multidões.

O reino de Deus não é nem "Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo lá!", mas dentro de nosso próprio ser. E como nós encontramos esse reino? Pelo amor: ame o Senhor que está no meio de vocês e demonstre esse amor pelo próximo, o próximo que não apenas é o seu amigo, mas o seu inimigo que acintosamente usa e persegue você. Segundo o Mestre, é melhor dar atenção para um pecador humilde do que a noventa e nove que estão se conduzindo bem por conta de seu ego. Enquanto houver qualquer indivíduo, seja ele santo ou pecador, estendendo a mão por uma ajuda, torna-se a nossa obrigação e nosso dever responder a este chamado. Todo mundo não está pronto para responder no nível espiritual, pois ele pode não estar pronto para o desdobramento completo da verdade espiritual, mas porque ele é o nosso próximo, poderemos, pelo menos, ajudá-lo em seu nível de consciência, enquanto ele está se desenvolvendo (expandindo-se) para um estado mais elevado de consciência. Vamos, com paciência, esperar por um ou dois para vir até nós - os doze, os setenta, os duzentos - e, em seguida, compartilhar esse pão da vida com eles, partilhar o vinho e a água. Estes são aqueles que serão capazes de apreciar seu sabor; eles apreciarão e, além disso, serão capazes de assimilar isso.

Vamos manter o que temos como uma pérola de grande valor e mostrá-la ao mundo mais por viver dela, em vez de falar sobre isso. Quando alguém chega estando atraído não apenas pelos pães e peixes, mas porque percebe a natureza desta verdade, e lhe pede pão, vinho, água e vida eterna, vamos compartilhá-la em toda a extensão de nossa capacidade. Ninguém nunca vai ser chamado para fazer algo maior do que o seu entendimento, porque a única chamada é sentar-se tranquilamente e em silêncio até que o Espírito do Senhor Deus esteja agindo nele, e então ele pode expressar qualquer coisa que vem à boca, ou não expressar nada absolutamente.

O amor é a resposta, o amor de Deus, o amor pela verdade, e o amor ao próximo. Deste momento em diante, deve ser função e missão que estão praticando a Presença revela que Deus é experimentado apenas na proporção em que ele se expressa. Deus é experienciado na proporção em que ele é permitido fluir de nós na forma de amor, verdade, serviço e dedicação. O poder do amor deve ser liberado a partir de dentro de nós mesmos.

A presença de Deus está disponível tanto na terra como no céu através da experiência da união consciente. Isso exige um esforço tão grande e tanta sabedoria como Eliseu demonstrou quando ele viu seu mestre “subindo em um rodamoinho”, ou como a visão ilimitada dos discípulos quando testemunharam a Transfiguração. O Mestre era capaz da transfiguração, mas algo era necessário por parte dos discípulos para que eles tivessem a visão para contemplá-la. O Mestre não podia revelar a transfiguração, ele só podia experiênciá-la: a revelação [...] que estavam presentes, a fim de que eles experimentassem a visão.

Muitos milagres podem ocorrer em nossa experiência, mas apenas aqueles que estão suficientemente sintonizados para contemplá-los estarão conscientes do que aconteceu. Será que temos olhos e não vemos? Será que temos ouvidos e não ouvimos? O milagre da Transfiguração está aguardando o nosso olhar. Ele está tomando lugar neste mundo a cada dia, cada minuto de cada dia, no mesmo lugar onde estamos, se pudermos abrir os nossos olhos para contemplar a visão “daquilo que é”. A Transfiguração não é uma experiência de dois mil anos atrás, nem é a Crucificação, a Ressurreição, ou a Ascensão. Essas são experiências que estão ocorrendo a todo o momento de cada dia, onde quer que haja uma alma iluminada para contemplá-la.

Neste mesmo lugar em que estamos é terra santa, se tivermos “a visão de ver” Elias subindo, se tivermos a visão de ver o Mestre, na experiência da Transfiguração, se tivermos a visão para contemplar a Ressurreição e a Ascensão. Isto é tudo para nós: cabe a você; cabe a mim. Até que ponto queremos ver a transfiguração? Até que ponto queremos testemunhar a ressurreição e a ascensão? No grau que desejarmos será a experiência. E os meios disto? Oração - a oração de contemplação interior, a oração de meditação interior, a oração de espera que sempre sabe que, a qualquer momento, o Pai Se revela, em cada momento, o Pai está Se revelando.

Deus não pode forçar a mente, o coração ou a alma de ninguém. É o indivíduo que deve se abrir a Deus. A vida de Gautama, o Buda ilustra este ponto. No dia em que Gautama percebeu pela primeira vez que havia mal no mundo – o pecado, a doença, a pobreza e a morte - ele ficou horrorizado, atormentado de tal forma que ele deixou a sua posição principesca, sua enorme riqueza e, provavelmente, o que é mais importante para qualquer homem, sua esposa e filho. Ele deixou tudo isso e se afastou como um mendigo, buscando a verdade como o único propósito de descobrir o grande segredo que removeria o pecado, a doença e a limitação da terra.

Este foi um apelo tão apaixonado que ele seguiu qualquer professor e qualquer ensinamento que prometia levá-lo até a resposta. Por 21 anos ele vagou e mendigou, sentado aos pés do primeiro professor e depois de outro seguindo as práticas de ensino de um após outro, sempre com uma só “fome no coração”: Que poder iria remover esses males para fora da terra? E quando ele havia desistido de toda a esperança de que os ensinamentos dos professores iriam revelar-lhe isso, tendo se sentado debaixo de uma árvore Bodhi, ele meditava dia e noite até que a grande revelação lhe foi dada: esses males não são reais, eles são a ilusão; as pessoas aceitam essa ilusão e em seguida, odeiam, ou sentem medo ou amor ou lhes prestam culto, quando na verdade, a ilusão não têm existência exceto na mente do homem. A mente do homem criou as condições do mal no mundo e a mente do homem perpetua tais condições.

Não foi Deus que forçou a Si mesmo em Gautama e fez dele o Buda [...] ao, comprimento e largura da Índia, buscando sempre que poderia haver alguma pequena faceta da verdade até que, naquele momento , quando ele se ergueu a um grau suficiente de iluminação espiritual, a verdade lhe foi revelada.

Nós realmente não sabemos o que levou Jesus Cristo à experiência que finalmente estabeleceu-lhe em sua “Identidade Crística”, mas, isso nós sabemos: quando ele revelou o que havia aprendido, ele disse: "Pedi, e lhe será dado; buscai, e achareis, batei e vos será aberto", indicando que é na medida em que se procura, bate e suplica, no grau que fazemos isso é que a resposta nos será dada. Ela não virá por estar esperando à toa e supersticiosamente por algum Deus que Se irromperá sobre nós.

Se quisermos nos tornar um mestre da música, de línguas, ou de arte, Deus pode inspirar-nos, mas devemos pesquisar, estudar e praticar, até que, o que estamos buscando se irrompa de dentro de nosso próprio ser. Eu acredito que é Deus, que planta em nós o desejo de encontrá-Lo, e que, sem a vontade de Deus realizar essa função inicial nunca teríamos sucesso (Fp 3.13). Há um poder de Deus em cada um de nós forçando-nos a “bater e buscar”, mas, não há um Deus que possa fazer isso por nós: nenhum “deus” pode nos salvar dos anos de sentarmos sozinhos e trabalharmos tentando penetrar o véu, a fim de subir ao mais alto estado de consciência no qual podemos contemplar a Jesus ressuscitado, o Cristo ascendido. Só Deus pode fazer Gautama permanecer nesse caminho por 21 anos, mas, somente Gautama poderia persistir e lutar e orar até que o véu “fosse desvelado e a visão tornada clara”.

Assim é conosco. Nenhum operador de milagres, distante de Deus descerá a Terra para nos mudar e revelar suas maravilhas e suas glórias, enquanto ficamos sentados de braços cruzados como espectadores. A responsabilidade está sobre você e sobre mim. O próprio fato de que podemos nos sentar por horas em um momento, em silêncio e em paz, com a mensagem de Deus, é a prova de que o Espírito de Deus nos tocou e nos convidou para o Seu banquete. O grau da intensidade com que batemos, procuramos, e suplicamos, irá determinar o grau de visão que contemplamos. Alguns vão ver um pouco, e alguns vão ver muita coisa, e alguns vão ver tudo - “somente neste grau”.

Acima de tudo, o sucesso vai depender de sigilo. Sigilo e santidade andam de mãos dadas. Se a busca de Deus é sagrada para nós, nunca devemos permitir que ela seja contaminada por exposição ao profano. Não vamos usar um manto sagrado em público e nem manter um rosto hipócrita diante dos nossos amigos. Exteriormente, seremos como todos os outros homens e mulheres, mas por dentro, vamos lembrar a natureza sagrada da busca de Deus e mantê-la em
segredo para sermos vistos apenas por seus frutos, mas nunca pela nossa voz e nem por nossa tentativa em fazer proselitismo. Isso não significa que devemos “reter o copo de água fria”, mas tendo oferecido o nosso copo de água fria, lembremo-nos de que àqueles a quem foi oferecido terão de beber por si mesmos, e eles deverão ser os únicos a voltar e pedir mais.

Cada um tem o direito a qualquer tipo de religião que ele quer ou ele tem o direito de não ter nenhuma. Essa é a liberdade que temos de dar um ao outro - para que cada um tenha a sua própria escolha, até que a semente seja plantada e o enviará para “a busca do Santo Graal”. Se mantivermos o “Cristo-criança” dentro de nós e nunca expô-Lo, os frutos que virão serão tão gloriosos que as pessoas vão querer comer de nosso fruto, de nosso suprimento e pão, e beber de nossa água.

O objeto da busca – União - se unir novamente com “Aquilo” a partir do qual se separou após a expulsão do Jardim do Éden, ou depois da experiência do filho pródigo. Quando o filho pródigo atinge a última milha, “come a comida dos porcos”, então é que seus passos começam a retornar para a casa do Pai, para se reunir com o Pai. Isso não é uma experiência no tempo ou no espaço, isto é uma experiência que tem lugar dentro da sua consciência e da minha. Quando chegamos a esse lugar que parece não haver nada além de desespero e até mesmo a morte - quando chegamos a este lugar, algo dentro de nós nos transforma para a vida espiritual, e depois, lentamente, começamos o caminho de volta para a casa de nosso Pai.

Nós, que somos aspirantes no caminho espiritual, chegamos ao lugar onde sabemos que o reino de Deus pode ser encontrado dentro de nós: chegamos ao lugar onde agora sabemos que todas as formas exteriores são inúteis em nossa busca; chegamos ao lugar onde nós sabemos o que estamos buscando – união com Aquele do qual parecemos ter nos separado. Isso não acontece fora do nosso próprio ser. Ninguém pode fazer isso por nós. Só em nossa meditação interior, em nossa contemplação interior; quando interiormente nos tornamos mansos e sentimos uma profundidade de amor que quase nos faz abrir os braços e envolver o mundo inteiro como Jesus gostaria de ter feito por Jerusalém: "Oh, como eu gostaria de colocar meus braços ao seu redor e atraí-la, mas você não quer. Venha para mim e sinta o calor do amor." Nós, também, constataríamos que eles não iriam, eles não desejariam - com exceção de poucos.

Nós, que estamos praticando a Presença somos dos poucos que sabem o que finalmente salvará o mundo. Está acima de tudo o reconhecimento de que nenhum homem sobre a terra é o nosso Pai: há um Pai universal unidos com Ele, estamos unidos a cada filho espiritual de Deus em todo o mundo. Nosso amor por Deus constitui nosso amor pelas pessoas do mundo. Não mais odeio; não mais temo. Não precisamos punir, não precisamos buscar vingança: precisamos apenas nos retirar para nós mesmos e contemplar a nossa unidade com Deus e a nossa unidade de uns para com os outros.

Nossa função é amar, amar a todos os homens com um amor que nasce da percepção de que a nossa união com Deus constitui a nossa integridade. Neste amor, não existe a tentação de recorrer aos meios, tais como mentir, enganar ou fraudar, num esforço inútil para nos mantermos, porque, em nossa união com Deus, temos acesso à Mente de Deus, que é a Infinita Inteligência e Fonte de toda a Vida, Verdade e Amor. Nós somos alimentados, não pela nossa posição ou
[...] dentro de nosso próprio ser, pelo vinho, Este é o segredo que cura “a doença”, reforma “o pecador”, supera “falta e limitação”, e nos une, não somente com o nosso círculo imediato, mas com todo individuo sobre a face do globo, mesmo que esses indivíduos ainda não se tornaram conscientes de nós ou do amor que sentimos por eles, e mesmo se eles ainda não se tornaram conscientes do fato de que temos atraído um círculo e incluído eles neste círculo. Eles podem não saber imediatamente, mas nós sabemos, e o nosso conhecimento é suficiente, porque esse conhecimento se transmite para esses incluídos dentro deste círculo.

Nós nos colocamos dentro de nós mesmos olhando o mundo sem usar a força de qualquer espécie, até mesmo a força mental, removendo toda oposição; e essa renúncia ao uso das armas do mundo, é o único meio pelo qual a paz na
terra será estabelecida. Pode levar anos, pode levar séculos antes que A Presença seja demonstrada na terra como é no céu, porque há poucas pessoas na terra dentre milhões delas, que estão praticando conscientemente a Presença. No entanto uma pequena quantidade de fermento pode levedar a massa inteira Você não vê que, se o que você está lendo é verdade e você sente isso, você será inspirado a viver esta verdade? Então você não pode ver também que, onde quer que esteja no tempo ou no espaço, se assim amar a Deus você gastará muitos períodos por dia, mesmo breves, habitando no templo de seu próprio ser com esta Presença, e um aqui e outro ali serão atraídos para você? Como indivíduo, você pode acreditar que você não pode fazer nada, você é apenas um em cada “quatro bilhões” (7 hoje). Mas se você olhar para os grandes luminares espirituais do passado, você compreenderá quanto incorreto isso é porque você verá como um indivíduo chamado Gautama, o Buda; um indivíduo chamado Jesus, o Cristo; um indivíduo como São Paulo influenciaram gerações que ainda estão por vir. Pense na influência que apenas um indivíduo pode ter através da Graça de Deus - um indivíduo cujo único objetivo na vida é encontrar Deus e resolver os mistérios da vida.

Esta é a mensagem que eu dou a você: eu não me importo quão grande você é ou quanto poderoso você seja - de si mesmo, você não importo quão pequeno você é ou quão insignificante você seja - você não é nada até que a graça de Deus toque você, até que o Espírito de Deus habite em você, até que o dedo do Cristo mova você. A partir daí, você é infinito em expressão, infinito e eterno em vida, infinito em poder, infinito em experiência, infinito como um exemplo e como um “mostrador do Caminho” (orientador). Mas não é você, nunca é o eu: É o Espírito de Deus, O qual pode encontrar saída apenas como consciência humana, como a sua e a minha consciência. Toda a Verdade sobre o mundo permanece oculta, exceto na proporção em que ela (a Verdade) pode encontrar uma consciência humana através da qual ou com a qual ela possa fluir para o mundo dos homens.

Qualquer que seja ou onde quer que esteja sua comunidade, esta verdade [...] menos que alguém nesta comunidade seja o Deus não age sem uma consciência: Deus deve ter carpinteiros humildes; príncipes poderosos; simples donas de casa: destes, Deus faz santos ou sábios para enviar ao mundo para levar a luz. Quase todos aqueles que alcançaram qualquer grau de estatura espiritual no mundo foram pessoas insignificantes para o mundo, e apenas a luz inspirada que eles experimentaram fez por eles mais do que o mundo fez. De si mesmos, eles não eram nada; e de si mesmo você não é nada; mas em sua união com Deus, todo que Deus é você é. Tudo que o Pai tem é seu. O lugar onde você está se torna chão sagrado porque “Eu e meu Pai” somos um.

Você não pode se elevar mais alto em consciência do que aquele lugar aonde a presença espiritual “vem” ao coração, e você percebe que a Presença está dentro de você. Uma nova dimensão entrou em seu coração quando você mantem a Presença, mas devo dizer-lhe que é sua responsabilidade alimentá-la. Essa é a única maneira de ter certeza que você não vai perder o que você ganhou. O que você ganhou é apenas um Bebê; você deve deixá-lo evoluir para o Cristo: muitas vezes em um dia, leve seu pensamento como se na direção de seu coração - não que o coração físico tenha alguma coisa a fazer com a manifestação espiritual, mas porque o coração é o símbolo do amor. Pensando no coração com símbolo do amor, como um lugar de descanso do Cristo dentro de você, volte seu pensamento várias vezes por dia ao coração no reconhecimento de que o Bebê está entronizado lá, que o Cristo entrou, e que Ele vive com você. É você quem impede o Bebê de sair de seu coração e se perder. Ele está lá, mas eu digo que é um Bebê: você deve lhe dar atenção, cuidar e amá-lo. Observe ele crescer enquanto você aprende as formas de amar a Deus e amar o homem. Nenhuma melhoria foi descoberta, nenhuma alteração já foi feita nos dois grandes mandamentos: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda tua mente ... e Amarás o teu próximo como a ti mesmo ".

Não rogue a Deus por coisas; deixe esse Bebê fazer isso para você. Ele não terá que rogar: Ele experienciará a Si mesmo como as coisas acrescentadas. Não procure a Deus para receber favores e não procure a Deus por poderes que façam as coisas para você. Volte o seu olhar agora para o lugar onde você já sentiu essa Presença suave. Secretamente e sagradamente saiba que Ela está lá e que está cumprindo a sua função sobre os negócios do Pai. Este Bebê é dado a você para restaurar os anos perdidos pelo gafanhoto e voltar para a casa do Pai, para sua união consciente com Deus.

É a função deste Bebê revelar que você está vivendo no meio do Éden, onde você será tentado sempre por uma única tentação: só há um mal no Jardim do Éden, apenas um pecado - a crença no poder do bem e do mal. Você, no interior do seu próprio templo, deve ser capaz de olhar para a árvore do conhecimento do bem e do mal em todos os momentos e resistir à tentação de acreditar nela. Você, você mesmo, deve ser capaz de dizer:

Linda como você parece, ou horrível como você parece, não há verdade nisso. Não há poder do bem ou do mal sob qual [...] em qualquer pessoa, lugar, coisa, circunstância ou condição. Deus no meio de mim é o único bem, o único poder e a única presença. O único mal que há é a crença em um ser separado e apartado de Deus. (meditação espontânea do autor).

Ainda que você supere, por si mesmo, todas as formas em que esta tentação pode aparecer, os problemas do mundo irão tentá-lo; tempestades no mar, desastres, guerras, pobreza e doenças, mas qualquer que seja a tentação, esta sempre será a única grande tentação - aceitar dois poderes. Isto é quando você deve se voltar para o Cristo interior:

O Cristo em mim é a minha garantia de que só Ele tem poder - o Filho de Deus, o Espírito de Deus em mim. Ele nunca vai me deixar, nem me desamparar, enquanto eu O perceber e O reconhecer e, enquanto eu viver a vida que Ele me diz para viver. Submeto-me a Sua orientação; a Sua Sabedoria. Sempre que uma questão é apresentada a minha mente, eu olho para baixo em direção ao meu coração, e a resposta vem em seguida na forma que for necessária.

Não seja demasiado literal sobre isso. Às vezes, essa presença parecerá estar olhando para você de cima do seu ombro ou sentado em seu ombro, às vezes Ele aparecerá como um rosto na frente de você, às vezes sorrindo, mas sempre reconfortante. Mantenha-O vivo.

A presença deste Cristo, manso e delicado como Ele pode ser, é a substância de toda a experiência que você vai ter no plano exterior. Não procure nem saúde, nem riqueza, nem fama, nem fortuna. Busque em primeiro lugar a realização deste reino interior e seja um observador como essas coisas exteriores são adicionadas a sua experiência. Não hesite em recorrer a Ele para revelação. Por que não deveria a revelação ser dada a você assim como foi dada a outras pessoas que viveram antes de você? "Deus não faz acepção de pessoas". Gautama foi apenas o Buda porque ele trabalhou por 21 anos para receber a iluminação; Jesus era apenas o Cristo, porque Ele próprio deu a Si mesmo ao mundo, e você será o grau de amor que há em você para Deus e para o próximo. Você será o que você permitir a si mesmo ser, mas somente que você, de si mesmo, nunca pode ser qualquer coisa; é presença suave que você sentiu que esta conduzindo você ao longo de seus dias de volta à união consciente com Deus.

Você sabe que o objetivo da vida é - se reunir com o Pai, ser
conscientemente um com Deus. Você sabe o caminho - a oração de contemplação interior e de meditação, o reconhecimento do Cristo, o amor de Deus e o amor do homem. Agora, leve esta mensagem em sua mente onde você sempre se lembrará dos princípios, e em seu coração, habite no dom que lhe foi entregue a você pelo Pai - o dom da Presença realizada dentro de você. Abençoe-A sempre que Ela pode aumentar

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