C A P I T U L O X
Sabedorias do caminho infinito
Comece a sua vida espiritual por compreender que
todos os conflitos devem ser apaziguados dentro da sua consciência.
* * *
Nunca existe um conflito com uma pessoa ou
condição, e sim com o falso conceito mentalmente mantido acerca de uma
pessoa, coisa, circunstância ou condição. Por isso, faça a correção dentro de
você mesmo, no lugar de tentar mudar alguém ou algo externo.
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Reconheça a Deus como substância, lei, causa e
atividade de tudo o que é, e deixe, logo a seguir, de se imiscuir física ou
psiquicamente com o mundo externo. Volte-se para dentro de si mesmo, e resolva
aí todas as aparências.
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Quando vivemos
a partir do centro do nosso Ser, os pensamentos, as opiniões, as leis é as teorias
do mundo não nos afetam. Nada nos atinge, pois nós não reagimos ao mundo das
aparências.
* * *
Na vida espiritual, não colocamos rótulos
sobre o mundo. Não julgamos como bom ou mau, doente ou sadio, rico ou pobre.
Enquanto as aparências possam mostrar harmonia ou discórdia, pelo não
julgamento, meramente reconhecemos, deixando que o que É verdadeiramente
defina a si mesmo.
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Viver espiritualmente é saber que tudo É;
não dê nomes, rótulos, definições, nem julgue aquilo que é. Contente-se em
saber que É, e deixe que aquilo que É lhe revele seu Ser,
sua natureza e caráter.
* * *
A oração é a visão interior da harmonia. Esta
visão é obtida pela renúncia ao desejo de mudar ou de melhorar alguém ou alguma
coisa.
* * *
Nunca busque na oração alguma coisa ou
situação. Deixe que a harmonia se defina e se revele por si. Que tua oração
seja um deixar o que É se revelar.
* * *
A oração é uma percepção daquilo que É,
apenas "vendo-o" como é, e não fazendo-o ser.
* * *
Orar é conscientizar a harmonia sem
esforço mental de nossa parte.
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Orar é ausência de desejos no reconhecimento
do que É.
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A sabedoria espiritual revela a nascente
profunda, fresca e clara do contentamento dentro de nós, através do nosso
reconhecimento daquilo que É.
* * *
Tenha
certeza de que sua oração não seja uma tentativa de influenciar Deus.
* * *
Tenha certeza de que sua oração não seja um
desejo de melhorar o universo de Deus.
* * *
Esteja em paz: Deus É.
* * *
Repouse na fonte clara e profunda de
contentamento dentro de você. A Paz já É.
* * *
Não alimente desejos no mundo. Deixe que a
Graça de Deus lhe baste.
* * *
Não há nenhum poder do mal
externo a nós. As discórdias não têm existência externa, objetiva.
Resolva isso dentro de sua própria consciência. "Por que gritam os pagãos,
e as pessoas imaginam coisas vãs?"
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Há no homem uma visão espiritual que tudo vê
através das aparências. Esteja em paz.
* * *
A visão de Daniel revelou quatro reinos
temporais destruídos por uma pedra "arrancada da montanha sem auxílio das
mãos". Quando "vir" esta pedra sendo retirada da montanha
"sem as mãos", poderá observar que ela é a Palavra. A Consciência, a
percepção daquilo que É, é a "pedra", que tudo vence, sem
poder ou força, mas pela graça que É. Esteja em paz.
* * *
Apenas o que É vence o mundo.
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A água fresca e clara da fonte interior do
contentamento nos refresca com a certeza de que a alegria já É. "Paz, sê
quieto."
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Leve as discórdias para a fonte do
contentamento; lave-as e observe — a graça de Deus! "Eu vos dou a minha
paz."
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Não temas: "Sou EU".
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Não há limites externos ao teu ser. Sê livre.
* * *
Esteja satisfeito com aquilo que é.
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Demora-te na profunda fonte do contentamento.
EU SOU. É.
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Se puderes descobrir alguma forma de oração,
de meditação ou de pensamento que cure, que enriqueça ou abençoe, terás feito
com que um efeito se torne Deus. Impossível! Só Deus é Deus!
* * *
Se puderes encontrar algo ou um pensamento ao
qual se apegar — mesmo assim um efeito seria Deus. Impossível"
* * *
É impossível conscientizar Deus enquanto
tivermos em mente um "propósito" ou um"objeto" outro que
não o próprio Deus.
* * *
É impossível alcançar qualquer coisa através
de Deus enquanto tivermos o desejo de encontrá-la. Deus é um Deus ciumento.
* * *
Não procures Deus no reino do pensamento ou
das coisas.
* * *
Tudo o que pode ser conhecido é efeito — nunca
Deus. Pare de tentar.
* * *
O homem, julgando pelos padrões humanos, se
queixa de que a prece não é atendida. Para se beneficiar da prece precisa se
desfazer de todos os conceitos pessoais de bem. Não tente acomodar a oração
atendida aos moldes dos desejos humanos.
* * *
A verdade é infinita; por isso não pode ser
conhecida por termos finitos.
* * *
Vai a Deus como um vaso vazio, desejando
preenchimento segundo as medidas e maneiras de Deus.
* * *
Deus não está no cenário humano. Se você
estiver cônscio do significado desta afirmação,
poderá dar a própria vida e ressuscitá-la à
vontade.
* * *
A vida não está na dependência da matéria.
* * *
Deus não é poder. Quando alcançamos o centro
da Consciência, encontramos uma completa
tranqüilidade — uma fonte profunda do
Silêncio. Não é poder, pois não há nada contra que ser
posto à prova ou a superar: Ele
simplesmente É.
* * *
A conscientização de Deus não produz harmonia.
A presença de Deus é a harmonia.
* * *
O único erro é o sentimento da ausência de
Deus. A conscientização de Deus não desfaz o erro — Deus mesmo é a única
harmonia.
* * *
Ninguém pode revelar Deus a outrem, mas
revelando a natureza da prece, colocamos o outro na condição de ter a
experiência de Deus, e esta só pode ocorrer pela correta compreensão da oração,
que é o ponto de contato com Deus; a oração é o caminho para a revelação de
Deus, é a preparação da consciência para a experiência de Deus.
* * *
Buscar a orientação de Deus neste estágio do
nosso desenvolvimento definiria um sentido de separação de Deus: daria a idéia
de Deus e alguém necessitado de ajuda, direção e sabedoria. Na realidade,
precisamos deixar que Deus seja nossa vida — e então Ele vive, desempenha e
age, e É nosso próprio ser.
* * *
Nos dias iniciais de nossas meditações,
contemplamos e ponderamos sobre Deus, sobre as qualidades e a natureza de Deus
como nós O compreendíamos. À medida que elevamos nossa consciência, aprendemos
que qualquer idéia que pudéssemos ter de Deus não era Deus. Entramos, então, na
quietude mental que conduz ao profundo silêncio da Minha Paz — e experienciamos
Deus.
* * *
Em nossos dias de estudantes, buscávamos Deus,
ou a Verdade, como um meio de obter a cura, a paz, a segurança e a harmonia.
Hoje sabemos que tudo isso não pode ser encontrado fora d'Ele, e que a
experiência de Deus é nosso único desejo. Atualmente estamos acima do desejo de
saúde e dos demais, salvo apenas o d'Ele. Todos temos de estar acima do desejo
de saúde, paz, alegria e abundância. "Pois que a vida eterna é esta: que
eles possam conhecer a Ti como o único e verdadeiro Deus."
* * *
Perseguir as coisas boas, tais como os
prazeres, coisas e lugares, para deles nos regozijarmos, é a barreira ao
desenvolvimento espiritual. A busca única pela realização de Deus faz com que o
prazer, coisas e lugares de regozijo venham naturalmente até nós. Então, nosso
prazer se torna maior pela conscientização da Fonte de tudo.
* * *
Na oração, palavras e pensamentos são úteis
enquanto nos levam a uma atmosfera de verdadeira comunhão, que é, porém, sem
palavras ou pensamentos. Quando a oração se constitui apenas de palavras
e pensamentos, estes se tornam uma barreira à obtenção da conscientização de Deus.
* * *
Não se deixe enganar, eis o segredo: preencha
sua consciência com a palavra de Deus; ouça-a; leia-a; pondere e medite sobre
ela. Isto amadurece e enriquece a consciência, e esta, agora mais profunda e
mais pura, se transforma em causa, lei, substância e ação de nossa vida. Esta
consciência enobrecida, que evolveu pelo estudo, pela prática e meditação,
alcança a comunhão consciente com Deus e o profundo silêncio da Minha Paz. Somos
então elevados ao reino de uma atmosfera que transcende palavras e pensamentos.
* * *
A mera leitura da verdade é simplesmente a
aquisição de conhecimento intelectual, e não um enriquecimento e aprofundamento
da consciência. É o aprofundamento e o enriquecimento da consciência que é o
Cristo em nossa experiência.
* * *
Não vivemos no plano mortal de consciência
onde o mal pode acontecer.
* * *
Deus não está ao alcance ou no reino da mente
e do pensamento. Devemos transcender a mente e o pensamento para alcançar Deus.
* * *
Qualquer resposta em um nível inferior ao da
pura consciência, se origina do nosso ego humano e não do nosso Eu.
* * *
Oh discípulos! Não buscai e nem lutai por
riquezas celestiais na consciência humana. Esperai! Esperai! Buscai um nível
de consciência mais alto: Ali, os tesouros do Pai são abundantes como o ar.
* * *
É um erro acreditar que as orações e o desejo humano
possam colocar Deus a nosso favor. Deve haver uma elevação de consciência até
que seja alcançada Sua presença — e ali descansarmos. Ali na verdade está o
perene repouso dos cuidados, preocupações, dúvidas e medos.
* * *
Os estudantes estão muitas vezes preocupados
que sua felicidade, paz e harmonia não sejam completas, e que eles podem trazer
mais benefícios aos outros do que a si mesmos. Isso traz a eles, com
freqüência, dúvidas e temores: dúvida de que Deus esteja mesmo com eles e medo
de que uma sensação de separação de Deus possa prendê-los permanentemente. Estas
coisas acontecem apenas para que o estudante nunca seja tentado a glorificar a
si mesmo, ou que tenha orgulho de seu entendimento.
* * *
Eu sou persistente.
* * *
É impossível manter um estado de
consciência não alcançado.
* * *
Assumir um estado de consciência não
alcançado é coisa mundana.
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A Consciência vive por si mesma. Nós não a
vivemos.
* * *
Afasta-te da consciência pessoal tão rápido
quanto possas. Deixe o "ego" morrer.
* * *
Mesmo na metafísica e na prática espiritual, o
enfoque tem sido "mais e maiores peixes na rede", em vez de
"deixe suas redes e siga-Me".
* * *
Não há tal coisa como "minha
harmonia", "minha saúde", ou "meu suprimento". Sua
paz ultrapassa todo entendimento. Sua graça é suficiente.
* * *
Felicidade ou infelicidade na humana
existência — que importância tem? Felicidade é algo do conhecimento do
Espírito.
* * *
Humanamente, paz ou não paz — que importância
tem? Paz é algo do conhecimento da alma.
* * *
Saúde corporal ou falta dela — que importância
tem? — A saúde é algo do conhecimento de Deus.
* * *
Riqueza ou pobreza — que importância tem? A
riqueza deve ser produto do amor e algo do conhecimento do amor.
* * *
Das profundezas do desespero quanto às coisas
do mundo, aprendamos isto: busca o teu bem em Deus.
* * *
Tenho lhe dito o verdadeiro segredo da
vida: Deus não está com os mortais. Tome isto como princípio.
* * *
Quando o castelo de cartas do estudante
espiritual cai, ele já está perto de "uma casa não feita
por mãos, eterna nos céus".
* * *
Estudante espiritual! Regozija-te com o ruir
do edifício exterior, pois o Templo interior te será revelado.
* * *
A mente do indivíduo que busca ajuda é a
Cristo-mente — esperando ser reconhecida.
* * *
O homem que tem o seu ser "no Cristo"
encontra sua capacidade e habilidade na Alma — não no cérebro, no corpo ou nos
músculos.
* * *
Toda atividade orgânica e toda função do corpo
são atividades da Alma, aparecendo como ação corporal.
* * *
Toda habilidade, todo talento ou capacidade da
mente são de fato ações da Alma que se faz tangível.
* * *
Vivemos n'Ele. Só n'Ele encontramos nossa
completeza e perfeição. Separados d'Ele somos como árvores arrancadas do solo —
como ondas separadas do mar.
* * *
O suprimento não pode ser limitado, pois a
Alma é sua origem e infinitude.
* * *
A Alma é a substância, a natureza, ação e lei
de todas as formas, e nunca está separada da forma.
* * *
"Nem a circuncisão nem a não circuncisão
são úteis" (Gaiatas 5:2-4; 6:15). Esta é a Senda do Meio do Caminho do
Infinito.
* * *
Uma vez que a impecabilidade é o oposto do
pecado, ela não é este. Uma vez que a saúde é o oposto da doença, esta não é
aquela. E isto também é a Senda do Meio.
* * *
Alcançamos a crucificação do ego quando nada
resta que se possa pedir na prece.
* * *
Na vida daquele que se desenvolve no caminho
espiritual surgem experiências conflitantes da vida humana até que seja
conseguida por completo a transição "deste mundo". O desejo seria
evitar ou escapar destas desarmonias da mente, do corpo ou dos negócios, mas
isto não pode ser feito, pois tais discórdias resultam apenas da luta entre o
Espírito e "a carne", isto é, entre a consciência espiritual e o
sentido material.
* * *
Para os que estão no caminho, a harmonia nas
coisas humanas é muitas vezes uma falta de despertar espiritual; e, portanto,
quando a luta pela superação "deste mundo" está em curso, o iniciado
deve ficar o mais quieto possível nas circunstâncias adversas, cuidando de abster-se
da luta contra condições de erro e, tanto quanto possível, "deixar"
que a guerra se vá, até que chegue o momento da transição.
* * *
Quando a tua busca espiritual é sincera, a
ruptura do teu mundo material — a deserção dos amigos, dos discípulos ou da
família, uma mudança na saúde ou outra ação exterior — são com freqüência
coisas que levam à transição espiritual, ou ao renascimento. Com isso terás
conseguido o que buscavas.
* * *
Ocorre um tremendo movimento quando o iniciado
discerne a diferença entre a harmonia física e a completação espiritual.
* * *
Recolhe-te com freqüência ao centro do teu
Ser, meu Filho. Deixe que o divino Amor te envolva; esteja em paz, na "Minha
paz".
* * *
Aqui chegaste à grande experiência: a
compreensão e a obtenção da Minha paz, do Meu vinho, do Meu pão —
a Substância invisível e infinita, Lei e Causa.
* * *
Ó minha criança! a bênção que lhe pertence
como a Minha paz desce sobre você, te envolve e te sustenta!
* * *
Sabemos agora o significado das palavras
"Nunca te deixarei, nem te abandonarei". Sabemos agora que o repouso
é encontrado no Espírito — e repouso que as harmonias "deste mundo"
são incapazes de nos dar. "Paz, paz, esteja tranqüilo."
* * *
Papai Noel Deus! O motivo de todo desejo
ser pecado é que o desejo se funda no conceito de um Deus que dá ou retém. O
desejo também se baseia na aceitação da idéia de que algo, alguém ou algum
lugar possa não ser Deus.
* * *
Uma vez que só Deus É, e é onipresença,
a oração, a verdadeira prece, é um estado de consciência, uma comunhão
consciente em união.
* * *
Estive imerso em desgosto — tão profundo que
por dentro me senti despedaçado — e, estupefato, perguntei: "Por que,
Senhor, por quê?". Da profundeza de minha dor veio-me a resposta: é a
incapacidade do mundo de receber e seguir o Cristo; é Sua rejeição por parte
daqueles que esperávamos tivessem o dom da visão; é a escuridão e a crassa
ignorância do pensamento humano. E tudo isso — esta rejeição e esta opacidade —
recai sobre mim. Dai-me a Graça de elevar-me acima deste sofrimento.
* * *
A Luz brilha. A Palavra revela que, quando as
pedras de tropeço já não são necessárias, elas são removidas. Nós não
precisamos removê-las, mudá-las ou empurrá-las — elas serão removidas quando
não forem mais necessárias.
* * *
Obrigado, Pai, pelo Amor.
* * *
A verdade, como é entendida e descrita, não é
a Verdade, exceto "em Deus". Quando alcançamos a conscientização
da vida em Deus, aí somos de fato divinos, espirituais e governados por
Deus.
* * *
A verdade espiritual não é válida para o que é
humano, mas para o Espírito e para seu universo. O estado humano é como uma
hipnose, e só quando esta ilusão se desfaz é que temos a vida em
Deus.
* * *
Só podemos alcançar a compreensão da
perfeição, da totalidade, e da unidade "em Deus".
.* * *
Só atingimos nosso alvo quando abandonamos
todos os conceitos de Verdade, e isso só se dá
com a Graça.
* * *
Despindo todos os conceitos sobre Vida,
Verdade e Amor, estaremos "em Deus".
* * *
A vida além do túmulo não tem relação alguma
com a imortalidade; seria apenas a sobrevivência da personalidade. E esta
personalidade morre — ela deve morrer, quer deste como do outro lado do túmulo
— para que a imortalidade possa ser atingida. O Eu imortal é sempre presente, mesmo
que esteja revestido pela personalidade, e é revelado e vivido só na proporção
em que a personalidade, ou o ego humano, desaparece. Nós continuamos
preocupados com o nosso bem pessoal — segurança, saúde ou paz de espírito — e
isso é o que deve "morrer todos os dias", para que possamos
"renascer pelo Espírito", com a conscientização da imortalidade aqui
e agora.
* * *
A prece não é uma atividade da mente humana.
* * *
Todas as tentativas de contatar Deus através
da mente ou do intelecto falharam, e sempre falharão. Deus só pode ser
conhecido pela Alma, através das faculdades da Alma.
* * *
A oração que brota do intelecto só pode dar
frutos na medida de nossa crença naquele tipo de prece.
* * *
A fé em um "Deus desconhecido" só
traz a harmonia de uma crença cega. Deus deve ser conhecido e compreendido
através da Alma.
* * *
Para um estudante adiantado: "Tu já
chegaste ao lugar de onde se conhece toda a verdade que pode ser conhecida, compreendida
ou humanamente aceita. Deves agora atingir um ponto mais alto para que a
Verdade te se revele pelos meios espirituais — sem os meios de comunicação
humanos".
* * *
Por que Almas avançadas, e mesmo praticantes e
mestres, experimentam ainda doenças e outros problemas? A consciência mortal ou
material que ainda reste neles, em qualquer nível, se manifesta. Não há
consciência sem expressão, e mesmo o menor resquício de consciência humana que
restar se expressará como a humana dicotomia de bem e mal. Esta é a lei. Ambos
ali ficam, lado
a lado, e, à medida que se desenvolve a
consciência espiritual, cada vez mais é desarraigado o sentido material. Mesmo
a Ressurreição nos traz um sentido material do corpo, com todas as marcas do
erro humano. A pura espiritualidade é revelada na Ascensão.
* * *
Pelo caminho espiritual, muitos chegam a
lugares áridos — desertos, inóspitos — e crêem que foram abandonados por Deus.
E, com freqüência, parece mesmo que o Cristo os abandonou. E é nesse momento
que o buscador espiritual deve se lembrar daquilo que ainda não alcançou, que aquilo
que pensava ser a plena realização da Verdade, o Cristo ou Deus, não era ainda
a plenitude do Espírito. Esta experiência de deserto revela que ele deve
continuar no seu esforço, pois que a Luz, quando se mostrar em sua plenitude,
lhe dirá "nunca te deixarei, nem te abandonarei". Lembremos de que
tais discórdias e desarmonias são aparentes, só têm sentido humano. A visão espiritual
vê através — vê a Realidade.
* * *
A fé não diz respeito ao passado ou ao futuro.
A fé é uma atividade que ocorre no presente — agora, só agora!
* * *
A fé é uma atividade da consciência, assim
como a integridade. A fé está sempre presente em nós, mesmo que, como a
integridade, possa estar adormecida. O conhecimento e a aceitação da onipresença
da fé como atividade da consciência individual, permite o início de seu fluxo
rumo aos efeitos visíveis.
* * *
A fé é uma qualidade de Deus, não do homem;
mas, como qualidade divina, está presente em toda sua plenitude.
* * *
Não espere que o poder de Deus atue no sonho,
mas, antes, que desfaça o sonho.
* * *
Não busque o contato com Deus para que Ele
ajuste, mude ou sane o sonho. A conscientização ou compreensão de Deus desfaz o
sonho.
* * *
Perceber que estamos agindo em sonho é o
começo do despertar.
* * *
A verdadeira não resistência é a
capacidade de não esperar que Deus atue no sonho. Isto não significa que
devamos viver sem Deus mas, ao contrário, que tenhamos nossa vida eternamente em
Deus.
* * *
Se abster de procurar a ajuda de Deus é
viver na realidade.
* * *
Não mais buscar a Deus, nem mais procurar Sua
ajuda é acordar do sonho para a realidade.
* * *
Sempre que houver um sentido de necessidade
de Deus, estaremos agindo em sonho.
* * *
Deus não é um poder no sentido de poder sobre
o mal, sobre o pecado, a doença e a morte. Deus não é poder em qualquer sentido
que envolva luta, isto é, superação e destruição.
* * *
Deus é vida. Deus é amor. Deus É. Nada,
fora disso, é. Só Deus É.
* * *
Não esteja preocupado com seu relacionamento
com as pessoas. Mantenha, conscientemente, sua relação com Deus, e isso cuidará
de tudo o mais.
* * *
Mantenha a percepção de sua relação com Deus
sagrada e secreta. Esta relação, mantida no segredo e no silêncio, aparece externamente
como relacionamentos humanos harmoniosos.
* * *
Deus é a ligação entre você e seus irmãos e
irmãs das famílias humana, animal, vegetal e mineral.
* * *
Quando o pensamento divaga sobre pessoas,
lugares ou coisas, estamos agindo em sonho.
* * *
Quando nosso pensamento converge para a
contemplação espiritual, cada pessoa, lugar ou coisa se torna deleite
espiritual.
* * *
Os dois grandes Mandamentos são lei cósmica:
não terás outro Deus ou outro Poder; amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Lança o teu pão às águas.
* * *
"Pois pela força homem nenhum
prevalecerá... O Senhor se vingará de seus adversários."
* * *
As coisas que percebemos com os cinco sentidos
são objetos da mente, não têm relação com a Verdade.
* * *
Todas as aparências são objeto dos sentidos —
não de Deus, ou da Verdade.
* * *
Tudo o que é testemunhado objetivamente deve
ser entendido como imagem mental ou como projeção da mente — nunca como
realidade espiritual.
* * *
A realidade é imanente à formação de idéias
pelos sentidos, mas só é percebida pela consciência espiritual.
* * *
O mundo dos sentidos — a experiência humana —
ocorre no tempo e no espaço, e isso em si já exclui que seja de natureza
espiritual.
* * *
O universo do Espírito, da Verdade, de Deus, é
uma atividade na eternidade. Assim entendido, nascimento, doença, ou morte
nunca ocorreram. Em qualquer caso, quando defrontados com aparências de vida
humana — mesmo bons seres humanos ou condições —, lembremos de que isto não é a
verdade, mas uma imagem mental no pensamento, sem realidade, lei, substância,
causa ou efeito. "Olhemos", pois, mais profundamente dentro da
consciência e observemos aquilo que é — eternidade —, mesmo naquilo que se
mostra como passado, presente ou futuro.
* * *
Se algo ocorre no tempo e no espaço, não o
aceite pelo valor da aparência, mas busque mais profundamente no reino da Alma.
Próximo è Capitulo XI - O novo Horizonte
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